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anos de 1805 e 1847 (WOODFORD, 2001). No restante do século, contando com uma localização estratégica ao longo da hidrovia dos Grandes Lagos, Detroit/MI emergiu como um dos mais importantes portos da região norte dos EUA. Nessa época, gozando de uma pujante indústria naval, a cidade se desenvolvia como um modelo de urbanização para América, sendo por vezes chamada de “a Paris do Oeste” (WOODFORD, 2001).
As oportunidades criadas pela indústria automotiva no fim do século XIX¹*, reforçadas pelo esforço de guerra realizado na segunda metade dos anos 1940²*, fizeram de Detroit/MI um dos centros urbanos que mais atraíram mão de obra, especialmente negra, oriunda das partes rurais do sul dos EUA, durante o começo do século XX. No entanto, isso gerou tensão com os brancos, com destaque para aqueles que eram nativos da cidade e que se viam desfavorecidos na competição por empregos e moradia (CAPECI & WILKERSON, 1990; RADZIALOWSKI, 1974). Nesse cenário, a questão racial foi o vetor que desencadeou uma série de acontecimentos trágicos ocorridos na cidade durante o restante do século XX, alguns deles orquestrados pela Ku Klux Klan³*. Apesar disso, Detroit/MI é, atualmente, uma das cidades mais fortemente associadas ao movimento negro nos EUA¹**. Por anos Detroit/MI foi conhecida como a capital mundial da indústria automotiva. No entanto, a crise dessa indústria fez com que a cidade experimentasse uma das maiores evasões populacionais de todos os tempos. Durante a maior parte da primeira metade do